19 julho, 2007

Podcast aprovado pelo MinC

Uma entrevista com os idealizadores do Podcast Putzgrilo aprovado recenteente pelo Ministério da Cultura:

Aprovado em abril deste ano pela Lei Rouanet do Ministério da Cultura, o Putzgrilo - Podcast Cultural, projeto idealizado por três alunos do curso de Produção Cultural da UFBA, depende de um incentivador fiscal para enfim entrar no ar. A idéia é montar uma página na internet para abrigar informações sobre o cenário cultural baiano com divulgação de entrevistas com professores, produtores culturais e patrocinadores da cultura, além de veiculação da agenda cultural semanal, conteúdo que pode ser acompanhado também com uma boa programação musical. Tudo isso disponibilizado no formato de Podcast. O Putzgrilo - Podcast Cultural é formado por Marcus Ferreira e Iali Moradilo, do curso de produção cultural, e Gabriel Pondé, do curso de Jornalismo.

Explique melhor o que é o Putzgrilo?
Marcus - A idéia do projeto surgiu na sala de aula. Macello de Medeiros, um orientando do professor André Lemos, deu uma aula sobre "Podcast". Eu não conhecia e achei uma ferramenta maravilhosa. Imaginei que poderia criar um projeto para criação de um "podcast" abordando a cultura na Bahia de um modo geral. Então o fiz! Enviei para o Ministério da Cultura e foi aprovado. Agora estamos tentando realizá-lo fazendo a captação de recursos. Ainda não fizemos nenhuma edição. Porém, acho que vamos fazer algumas edições mesmo sem patrocínio, por conta própria.

O que é cultura da Bahia ou, ao menos, o que cultura baiana no Putzgrilo?
Iali - Xii Danilo, isso dá certa polêmica, mas a idéia do projeto é divulgar a produção cultural do estado, o que está acontecendo, ser um canal pra manter a população informada e também os produtores.
Marcus - Quando falamos em valorizar a cultura da Bahia é divulgar aquele samba de roda de Cachoeira que só é olhado pela mídia em geral ou pelas rádios uma ou duas vezes ao ano, tocar a música daquele artista que não tem dinheiro para pagar "jabá", divulgar a exposição de um artista plástico desconhecido, gerar informação aos produtores culturais...

E vocês acham que a mídia baiana valoriza a cultura baiana?
Marcus - Ano passado esteve em minha sala uma senhora do grupo Gapa (cuida dos portadores de HIV). Ela disse que no dia mundial de combate à Aids, todos os jornais, tvs, rádios da Bahia procuravam ela para dar entrevista. E ela não os atendia, pois só era procurada uma vez ao ano. O que isso tem haver com a cultura? Eu acredito que nós damos valor a cultura uma ou duas vezes ao anos. Exemplo disso é o dia do samba, no final do ano. Acho que todos os dias do anos têm que ser do samba.
Iali - É, quando trata-se de um artista conhecido ele tem espaço, senão é mais dificil.

O valor total do projeto está orçado em R$63 mil. Em que vocês vão gastar esse dinheiro?
Marcus - Esse dinheiro é basicamente pagamento da equipe de produção formada por um produtor cultural (eu), um jornalista (gabriel Pondé) e uma estagiária de produção (iali moradilo), além da locação de um escritório e dos computadores para trabalharmos. O projeto tem duração de um ano.
Iali - Pois é, quando sair do papel eu nãoo serei mais a estagiária. Mas depois re-configuramos isso.
Marcus - Eu viro o estagiário, Iali. Rs.
Iali - O que acontece é que em um projeto de lei de incentivo temos que prever todos os gastos, tornar um projeto profissional.
Marcus - Isso! inclusive os impostos.

Expliquem como vocês pretendem conseguir o dinheiro.
Marcus - Já demos um grande passo que foi a aprovação no Ministério da Cultura, através da Lei do Audiovisual. Através dessa aprovação temos que conseguir um patrocinador que banque 20% do valor total do projeto do próprio bolso, e 80% restate o mesmo patrocinador deixa de pagar o Governo Federal para viabilizar o projeto. Estamos tentando viabilizar através de grandes empresas como Gerdau, Chesf, Microsoft, IBM, Suzano Celulose, Petrobrás, dentre outras.
Iali - Como é um projeto enquadrado na Lei Rouanet, estamos tentando captar recurso nas empresas, conseguir um patrocinador.

O que vocês acham da Lei Rouanet? É mesmo um tipo de mecenato ou uma forma do governo pagar pelo investimento cultural de algumas empresas?
Marcus - O problema todo é que as empresas ficaram "viciadas" em patrocinar através das leis de incentivos. Mesmo assim, ainda é muito difícil captar esses recursos. As empresas têm que ter uma melhor política de investimento de cultura, não resta mais dúvida que a cultura em geral trás retornos positivos à sociedade.
Iali - E é na hora da captação que o governo "larga de mao" o produtor.
Marcus - Vou citar um exemplo para se ter uma noção de como o patrocínio cultural agrega valor à marca de uma empresa. Estou cursando uma matéria na Facom de nome análise de públicos e mercado. Nela nós entrevistando o público de diversos espaços culturais em Salvador, e dentre as perguntas, tem uma que questiona os patrocinadores do espaço. A Petrobrás, muitas vezes nem patrocina o espaço e leva a fama. Porque? Porque é a maior investidora de cultura no Brasil. Logicamente, ela tem muito dinheiro. Mas temos empresas de grande porte que poderiam investir mais na nossa área. Isso esta melhorando aos poucos, veremos daqui a 15 anos como estará o cenário.

Poxa, a gente poderia ter feito dessa entrevista um podcast
Iali - Rsrs..É mesmo, fazer a entrevista em podcast seria legal.
Marcus - É sim cara, com certeza!

18 julho, 2007

Estadão lança novo portal com diferentes ferramentas de interação

Grupo reestrutura formato online, integrando áreas de vídeos, podcasts e blogs, com geração de novos pacotes publicitários

16/07 - 15:44

A partir dessa segunda-feira, 16, o grupo Estado coloca no ar o novo layout do portal Estadão com formatos diferenciados para a veiculação de conteúdo jornalístico e publicitário.

O estadão.com.br passará a oferecer aos internautas um conteúdo mesclado com vídeos, podcasts, blogs, galeria de fotos e versão móbile (para celular). Há, também, canais interativos nos quais os leitores poderão deixar seus comentários e baixar os áudios das notícias em MP3 para ouvi-las posteriormente. Além de uma diferente organização das editorias do jornal, o portal também foi organizado com links diretos para o conteúdo online do jornal O Estado de S. Paulo e para o Jornal da Tarde.

Com a mudança do layout, o portal também desenvolveu novas formas de negociação e de trabalho com seus anunciantes. Os espaços publicitários do site também foram reformulados, possibilitando que as marcas patrocinem canais delimitados, como as áreas de vídeos, blogs e podcasts. A idéia do Grupo Estado é dinamizar as inserções publicitárias, oferecendo aos anunciantes variadas possibilidades de pacotes e tipos de anúncios.

Apesar da mudança, o acesso ao conteúdo online do Estadão permanece da mesma forma. Uma parte das matérias continuará com acesso livre, enquanto outras, serão restritas somente aos assinantes do jornal. A campanha de divulgação foi criada pela Talent.

05 julho, 2007

iPhone: Bonitinho... mas Ordinario ?????

iPhone: Reviews já apontam os problemas do telefone

02/07/2007 11:39

Com o lançamento do iPhone na semana passada, já é possível compreender melhor os recursos do telefone da Apple, já que a empresa manteve sob sete chaves todos os detalhes do aparelho. Confira algumas dúvidas respondidas pelo jornal The New York Times.

O telefone tem modo vibratório e viva-voz? Sim, mas ambos chamam pouca atenção, pois são fracos demais. Posso discar sem olhar para o telefone? Dificilmente conseguirá fazer alguma coisa sem olhar para a tela. Em países frios, conseguirei usar o telefone com luvas? Não, o iPhone requer contato com a pele.

O telefone tem comandos de voz, gravação de conversas ou anotações em voz? Não. Posso usá-lo apenas como um iPod, sem ter de assinar o contrato com a AT&T ? Não, apesar da tela widescreen, o telefone não funciona se não estiver ativado.

O que a versão do iPod, no telefone, não tem em comparação com os outros modelos do iPod? Jogos, letras de músicas, saída para TV e "modo pendrive" são alguns recursos que estão faltando.

Posso personalizar o toque do telefone com alguma música minha ou até mesmo baixar um novo toque ? Não, você deverá escolher entre um dos 25 toques inclusos.

Posso usar o bluetooth para sincronizar, acessar impressoras e computadores, fone de ouvido estéreo ou teclados? Não, nada além do acessório de fone de ouvido da Apple e o kit para carro funcionarão.

O telefone funciona com redes de mensagens como MSN ou AIM ? Não, no momento apenas SMS podem ser enviados. E o navegador Safari, realmente é completo? Não, ele não apresenta Flash, Java, armazenamento de senha, streaming de vídeo ou áudio e sequer leitor de RSS.

A câmera tem flash, zoom e espelho traseiro ? Não, nenhum desses recursos. E o logo cromado da maça, na parte de trás, não serve como espelho.

03 julho, 2007

O rádio sem onda



Lançado recentemente o livro "O Rádio sem Onda" pela editora e-papers (R$ 25,00 +frete). Um pouco apocalíptico, mas indispensável para os estudiosos deste veículo.

Fim do rádio e emergência de novas mídias

Nas últimas décadas – em função de uma presença mais efetiva das novas tecnologias –, vêm ocorrendo transformações profundas nas chamadas indústrias culturais. A ecologia dos processos comunicacionais vem sendo desestabilizada em função da construção e consolidação de um novo sistema mundial multimídia que emprega articuladamente recursos analógicos e digitais. Em função disso, vem crescendo o número de investigadores que estão preocupados em analisar as continuidades e as rupturas na dinâmica da indústria da comunicação (em seus mais diferentes setores) neste período de transição para a chamada Era Digital.

Dentre os meios de comunicação, a persistência de uma mídia em particular vem chamando a atenção na última década: o rádio. Tendo em vista as inovações e a popularidade alcançada pelas novas tecnologias, cada vez mais a sociedade contemporânea vai se dando conta de que, apesar da “simpatia” que o consumidor tem em relação a este veículo, o rádio analógico encontra-se na iminência de se tornar um aparato obsoleto.

Podcasting, Web Radios, Digital Audio Broadcasting (DAB), Digital Satellite Radio, Digital Radio Mondiale (DRM), são muitas as opções que vêm emergindo ao atual modelo analógico. Em seu livro O rádio sem onda, Kischinhevsky avalia de forma cuidadosa essas mudanças que certamente afetarão este meio de comunicação que a humanidade aprendeu há quase um século a identificar como “rádio”. O autor argumenta que, seja qual for o padrão hegemônico que emergirá destas disputas, o rádio analógico parece efetivamente condenado. Ele destaca que a digitalização já vem envolvendo investimentos de grande magnitude e que, em breve, as pequenas emissoras independentes de grandes grupos de comunicação já começarão a sentir os primeiros efeitos da migração de recursos.

Assim, ao longo do seu livro, Kischinhevsky – que traça ainda um panorama do rádio ao longo do século XX – discute as seguintes importantes temáticas relacionadas a este veículo de comunicação: a) problematiza seu papel de mediador social e de peça-chave nos processos históricos de construção de identidade nacional; b) repensa a segmentação ocorrida a partir dos anos 1970, durante a qual passou-se a importar modelos norte-americanos, buscando refletir sobre as conseqüências desse processo para a dinâmica do rádio no Brasil; c) analisa a emergência do universo alternativo/independente, enfatizando os conflitos, tensões e inovações geradas pela presença de rádios livres e/ou piratas no dial, bem como o impasse que estas emissoras vivem após uma regulamentação que tolhe seu desenvolvimento e veda seu acesso a patrocínios; d) reavalia a condição do consumidor de rádio e seu papel no processo emissão-recepção; e) e, finalmente analisa o impacto gerado pela emergência da rádio digital, seja na forma de podcasting, web radios ou rádio via satélite.

Para o autor, portanto, o rádio convencional – mais cedo ou mais tarde – se transformará num objeto tecnológico destinado à exposição em museus ao lado do kinestoscópio, do gramofone ou do telex. Kischinhevsky sugere que as novas emissoras usarão o termo rádio durante algum tempo apenas como uma pálida referência a uma mídia que ainda permanece como importante parâmetro cultural para os indivíduos (quando querem se referir a uma programação de áudio, seja ela de natureza noticiosa ou musical). No seu lugar, com a intensificação da convergência tecnológica, ele identifica a emergência de emissoras digitais, conectadas em redes via Internet ou por satélite, cada vez mais integradas a outras novas mídias.

Assim, tendo em vista as rápidas mudanças que vêm ocorrendo nos processos comunicacionais, num contexto atual marcado pelas incertezas e pela forte presença das corporações transnacionais de multimídia (e entretenimento), recomendo este livro aos leitores interessados em refletir criticamente sobre o futuro da radiodifusão: nesta publicação, encontrarão uma análise densa, contundente e sem as projeções “mitificadoras” ou celebratórias que, em geral, na última década, vêm caracterizando os estudos de comunicação sobre a web.

Micael Herschmann