Eliane Pereira [27/03 - 17:47] Empresas de telecomunicações se preparam para oferecer serviço de video em suas redes de acesso à internet por banda larga
A oferta de serviço de televisão via internet (ou IPTV, na sigla em inglês) ameaça o negócio das operadoras de TV por assinatura? É a salvação da lavoura para as empresas de telefonia, que estão vendo minguar as receitas com chamadas telefônicas tradicionais? E, principalmente, é economicamente viável num país como o Brasil, onde o acesso à internet por banda larga ainda é incipiente? Estas e outras questões estão sendo discutidas no seminário IPTV, que prossegue até amanhã no Centro Fecomércio de Eventos, em São Paulo.
Para Diego Bubillo, da empresa de consultoria Signals, é uma questão imperativa para as teles o lançamento da IPTV, mas antes elas terão que superar uma série de barreiras de caráter técnico (falta de conteúdo digital de produção local, poucos acessos de banda larga, velocidade insuficiente nos sistemas atuais), econômico (custo do equipamento para o usuário final, investimento na rede, preço da assinatura mensal do serviço) e regulatório (leis conflitantes e ausência de legislação específica sobre o tema).
Uma das questões levantadas é que a oferta de video on demand (VOD) e mesmo de programação de televisão (IPTV) via internet seria uma resposta das empresas de telecom às operadoras de TV paga, que já começam a vender serviços de voz - entrando, portanto, na seara das teles. "O VoIP (telefonia sobre protocolo de internet) é oferecido por vários tipos de empresas, não só de payTV. E enquanto as receitas do setor de telecomunicações, no Brasil, chegam a R$ 60 bilhões, a TV por assinatura fatura apenas R$ 4 bilhões anuais", contrapõem Virgílio Amaral, responsável pela área de tecnologia e infra-estrutura da TVA. A briga promete ser boa.