25 agosto, 2009

Mobilidade nem boa, nem má... necessária?



Artefatos digitais móveis permitem a mobilidade do homem (física), a mobilidade da informação (virtual/ubiquidade), a mobilidade do suporte (portabilidade/pervasividade), permitindo além do consumo, condição já assimilada na comunicação, a produção de conteúdo em mobilidade como é o caso dos jornalistas móveis (FIRMINO, 2007). No entanto em alguns casos esta nova condição pode ser determinante aos gerar consequências construtivas ou desconstrutivas. Vejamos o exemplo dos comerciantes em Gana (artigo publicado no livro "Handbook of Mobile Communication" de James Katz, 2009). antes dos celulares, os comerciantes necessitavam viajar para comprar produtos dos produtores e depois vendê-los aos distribuidores. Toda esta transação era feita através de bilhetes, cartas e correio. O comerciante "perde" a mobilidade física, ou seja, não precisa mais se deslocar, agora quem se descloca é a informação. Porém, ganha com a mobilidade do suporte (aliada a uma certa mobilidade física) já que pode ser encontrado em qualquer lugar, a qualquer hora, contanto que esteja dentro de uma área de cobertura.



Em outro artigo, o profissional de saúde também pode ser encontrado em qualquer lugar a qualquer hora beneficiando sua profissão chegando a atender duas ou mais pacientes a partir de um mesmo lugar. Orinetações também podem ser passadas via telefone celular, mas nunca irão substituir a presença de um médico no local onde o paciente está.



Já no artigo que trata do uso do celular em uma comunidade de baixo poder aquisitivo é descrito como a "mobilidade física" pode ser prejudicial aos "relacionamentos", principalmente em relação à "falha e falta de sinal" (falta da mobilidade virtual) que já é interpretado pelos parceiros, em muitos casos, como algo "estranho acontecendo".



Portanto, querendo ou não os artefatos estão espalhados pelo mundo, no Brasil já ultrapassamos os 160 milhões, e no mundo chegaremos aos 4 bilhões até o final do ano (fonte: site teleco.com.br). É inegável a importância deles e o impacto gerado de forma diferenciada nas diversas regiões do mundo permitindo acessibilidade, circulação de informação, coordenação de multiplas tarefas, ampliação de redes de relacionamento (pessoal e profissional) entre outras aplicações.