André Silveira, de Brasília
[18/01 - 11:36] Segundo relatório do instituto apresentado ao governo, o ATSC tem problemas na portabilidade e na mobilidade
O padrão americano de TV Digital (ATSC) foi praticamente descartado pelo relatório do Centro de Pesquisa e Desenvolvimento em Telecomunicações (CPqD) - órgão que coordena as pesquisa de TV digital para o governo - apresentado na tarde desta terça-feira, dia 17, aos integrantes do Conselho de Desenvolvimento do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD), no Palácio do Planalto. Segundo fontes que participaram da reunião do conselho, o ATSC apresentou problemas em relação à portabilidade e mobilidade que os demais padrões já superaram.
Ao final da reunião, o ministro das Comunicações, Hélio Costa, falou que a abertura das negociações com os eventuais fornecedores de tecnologia começará imediatamente. O objetivo é fazer com que o governo tenha condições de definir as diretrizes do Sistema Brasileiro de TV Digital até o dia 10 de fevereiro. "Entretanto, esse prazo poderá ser dilatado, uma vez que temos que trabalhar bem nas negociações".
O ministro também reiterou que o Brasil poderá tanto adotar um único padrão, como também poderá adotar módulos de um adequando-os aos módulos de outro, formando um padrão híbrido.
Além de descartar o padrão americano, o relatório do CPqD apontou vantagens na adoção do sistema japonês (ISDB), cujos detentores ofereceram a retirada de royalties. Já os europeus (que detém o sistema DVB) se comprometem a melhorar o desenvolvimento das ferramentas de interatividade.
O ministro também falou que nesta quarta-feira irá se reunir com os diretores das emissoras de televisão do país, para prestar-lhes mais informações sobre o relatório do CPqD. "Não há como o Brasil definir o sistema, sem a participação das emissoras", justificou Costa.
Além do ministro das Comunicações participaram da reunião os ministros Antônio Palocci (Fazenda), Dilma Rousseff (Casa Civil), Paulo Bernardo (Planejamento) e Luiz Fernando Furlan (Desenvolvimento). A reunião também contou com representantes dos Ministério da Ciência e Tecnologia, Cultura, Educação. Luiz Dulci, da Secretaria Geral da Presidência e Renato Martini, do Instituto Nacional da Tecnologia da Informação, também estiveram presentes.