André Silveira, de Brasília
[16/05 - 13:12] Durante evento promovido pela Câmara dos Deputados, Hélio Costa também ouviu que os parlamentares querem espaço para uma participação mais ativa no processo de escolha tecnológica
O ministro das Comunicações, Hélio Costa, voltou a afirmar, no debate sobre a TV Digital no Brasil, que não vai permitir que o capital internacional comande o processo de implantação do sistema no país. O recado foi direto às operadoras de telecomunicações, que reúnem capital estrangeiro. Ele também argumentou que no setor de comunicações, o único segmento que não utiliza a tecnologia digital é a radiodifusão. "A área de telecomunicações já é digital há muito tempo. O segmento adotou a tecnologia sem consultar ninguém, portanto é importante que também a TV seja digital o mais breve possível", afirmou.
O ministro, que participou nesta terça-feira, dia 16, do seminário: 'TV Digital Futuro e Cidadania - Obstáculos e desafios para uma nova comunicação', promovido pela Câmara dos Deputados, ressaltou que no processo de escolha tecnológica, o Brasil irá adotar o que for melhor dos padrões internacionais. "O padrão japonês foi o que corrigiu muitas falhas encontradas nos outros padrões, mas não há necessidade de o Brasil ficar contido em um único sistema", afirmou.
O ministro, no entanto, ouviu do presidente da Câmara, Aldo Rebelo, que o debate deve ser amplo, envolvendo todos os agentes do setor. "A Câmara já iniciou o debate sobre o tema. Promoveu uma Comissão Geral e por meio da Comissão de Ciência e Tecnologia, Comunicações e Informática, organizou diversas audiências públicas sobre a TV Digital no Brasil".
A afirmação de Rebelo encontrou eco no pronunciamento do presidente da Comissão de Ciência e Tecnologia da Casa, deputado Vic Pires. Ele aproveitou o evento para cobrar a abertura de espaço por parte do Governo, no processo de debate. "Nós já promovemos audiências públicas, mas agora queremos participar de comissões que discutem a implantação. Já pedimos audiência com o Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, para discutirmos a questão, mas até agora não tivemos resposta". Na opinião do parlamentar, é preciso discutir o marco regulatório juntamente com o processo de definição tecnológica.