26 abril, 2006

Presidente da NAB defende TV digital aberta

Eliane Pereira, de Las Vegas

[25/04 - 09:47] Na abertura da feira anual da entidade, David Rehr ainda conclamou os radiodifusores a adotarem uma postura mais ofensiva em relação aos seus interesses

O novo presidente da National Association of Broadcasters (NAB, a associação norte-americana de emissoras de rádio e TV) David K. Rehr, abriu, em Las Vegas (Estados Unidos) a feira e convenção anual da entidade, maior evento do mundo na área de equipamentos para o setor, que termina nesta quinta-feira, dia 27.

Falando num momento em que a radiodifusão nos Estados Unidos se vê às voltas com novos concorrentes, como as empresas de telefonia (com a IPTV) e novas tecnologias como o iPod Video, Rehr conclamou os radiodifusores a adotar uma postura mais ofensiva na defesa de seus interesses.

Num discurso bastante afinado com o dos radiodifusores brasileiros, o presidente da NAB afirmou que é responsabilidade das empresas do setor (nos EUA) educar a população sobre as vantagens da TV digital terrestre aberta e gratuita. "Não podemos deixar as empresas de TV a cabo obrigar os consumidores a pagar tarifas desnecessárias para ter as vantagens da HDTV", afirmou.

Para tanto, a NAB vai lançar um grande programa para educar os consumidores sobre TV digital. Por seu lado, as emissoras de rádio estão desenvolvendo uma grande campanha para falar das vantagens do radio digital, voltada para ouvintes, montadoras de veículos e anunciantes.

CBS alerta para "invasão" do espaço das TVs

Eliane Pereira, de Las Vegas

[25/04 - 16:19] Novos equipamentos funcionando em altíssimas frequências causam interferência e podem "roubar" parte do espectro dos radiodifusores

A ameaça de interferência de dispositivos operando em UWB (ultra wideband, ou banda ultralarga) no sinal transmitido por emissoras de rádio e TV é uma das principais preocupações, hoje, dos radiodifusores norte-americanos. A advertência sobre os perigos para a própria sobrevivência das emissoras foi feita na manhã desta terça-feira, dia 25, por John Flaherty, vice-presidente de engenharia e tecnologia da rede de TV CBS. O executivo participou do SET e Trinta, evento organizado pela SET durante a feira e convenção da associação norte americana de radiodifusores - NAB 2006 - que prossegue até quinta-feira, em Las Vegas (EUA).

Segundo Flaherty, a faixa do espectro usada pelas emissoras está ameaçada pela proliferação de aparelhos que funcionam em UWB e em PLT (Poer Line Transmission). Essas transmissões, por sua potência, podem interferir na recepção dos sinais de rádio e TV, prejudicando a audiência. E o problema, nos Estados Unidos, é que a FCC (Federal Communications Comission, órgão regulador da radiodifusão, equivalente a Anatel) autorizou o uso de UWB e PLT.

A preocupação dos radiodifusores locais é que essas transmissões acabem por inundar toda a faixa do espectro a eles reservada, inviabilizando o negócio. Por isso, as entidades de classe locais estão se mobilizando para derrubar essa regulamentação. "O espectro é tão importante para o radiodifusor quanto respirar para o ser humano. Defendê-lo a qualquer custo e questão de vida ou morte", afirmou Flaherty.

22 abril, 2006

Ministro anuncia TV Digital com software livre brasileiro

Quarta, 19 de abril de 2006, 17h27

O Ministro de Ciência e Tecnologia, Sérgio Rezende, participou da cerimônia de abertura da sétima edição do Fórum Internacional de Software Livre (FISL), na tarde desta quarta-feira, e divulgou mais detalhes do modelo
digital para o sistema de TV aberta no Brasil. De acordo com o Ministro, o projeto contará com software livre desenvolvido no país. Rezende declarou que o anúncio seria feito por Luiz Inácio Lula da Silva, que está no Rio Grande do Sul para a inauguração de um Parque Eólico no município de Osório, entre outros compromissos. O presidente, no entanto,
não pode participar da cerimônia do Fórum, em Porto Alegre, e confirmaria o anúncio nos próximos dias.
O software livre que será utilizado na televisão digital brasileira foi desenvolvido na PUC do Rio de Janeiro, de acordo com o Ministro. Rezende explicou que o que está em jogo, entre os modelos europeu e japonês, é a tecnologia de modulação, um dos componentes mais importantes do sistema.Entre os espectadores da cerimônia de abertura do FISL, aparecia uma faixa
com os dizeres "Queremos TV e rádio digital em software livre e sem patentes". "Com certeza, o Governo apóia isso e é assim que deve ser encaminhado", respondeu Rezende.

Redação Terra

http://tecnologia.terra.com.br/interna/0,,OI970110-EI4797,00.html

05 abril, 2006

Venda de download bate a de CDs na parada britânica

Pela primeira vez, canção on-line é a mais vendida no Reino Unido
THIAGO NEYDA
REPORTAGEM LOCAL
Pela primeira vez na história uma música comercializada apenas em versão on-line superou a vendagem dos "rivais" CDs. O fato aconteceu no último domingo, quando "Crazy", canção de Gnarls Barkley, alcançou o topo da parada britânica de singles. Menos pela demonstração de popularidade do artista, o caso mostra que muita gente está disposta a pagar pela música que consome via internet -o MP3 sempre foi tratado pela indústria fonográfica como grande vilão. A parada britânica de singles é divulgada todo domingo e reúne as 40 canções mais vendidas naquela semana nas lojas. No ano passado, a Official UK Charts Company (OCC), instituição que opera as paradas de singles e de álbuns no Reino Unido, passou a incluir os downloads legais na contagem oficial. Mas há uma regra que deve ser respeitada: a canção tem de ser lançada no formato físico uma semana depois de ter chegado à internet. Assim, o CD de "Crazy" chegou ontem às lojas do país.

Um download vendido nos serviços virtuais britânicos, como iTunes, Napster e Easy Music, pode ser comprada por um valor que fica entre 0,79 e 1 libra (de R$ 3 a R$ 3,80). O formato físico, em CD, custa pelo menos o dobro. Mais de 26 milhões de músicas foram "baixadas" legalmente pela internet no Reino Unido em 2005. Segundo dados da OCC, os downloads representam três quartos de todos os singles vendidos, sejam lançamentos ou de catálogo. No último domingo, "Crazy" ganhou o topo de parada ao vender 31.703 downloads. Em segundo lugar, ficou o rapper Ne-Yo, seguido por "You Have Killed Me", a nova canção de Morrissey. Os dois últimos estavam sendo vendidos no formato físico.

Gnarls quem?
O nome Gnarls Barkley pode soar como completamente estranho, mas sua estrutura é formada por gente conhecida. A mente por trás do duo é o produtor norte-americano Danger Mouse. Aqui, ele se junta ao rapper Cee-Lo. Brilhante fusão entre soul music, psicodelia e batidas eletrônicas, "Crazy" é a primeira canção oficial da dupla. Danger Mouse (o nova-iorquino Brian Burton) ficou mundialmente conhecido no início de 2004, quando criou o "Grey Album" (álbum cinza), ao juntar os vocais do "Black Album", de Jay-Z, com a instrumentação do "disco branco" dos Beatles. Em esquema independente, o "Grey Album" chegou às lojas dos EUA, fez sucesso no boca-a-boca, mas foi retirado de circulação depois que a gravadora EMI, dona dos direitos das canções dos Beatles, proibiu sua comercialização. Em 2005, Danger Mouse esteve ocupado produzindo "Demon Days", o segundo disco do Gorillaz, e o disco "Dangerdoom", com o rapper MF Doom. Neste 2006, além do GB, ele será notícia também porque produz o novo disco do Rapture, banda que explodiu o conceito disco-punk. O álbum do Gnarls Barkley, "St. Elsewhere", será lançado em 9 de maio (no Brasil, a Warner prevê para o segundo semestre).

04 abril, 2006

Rádio quer mudar horário da Voz do Brasil

Eliane Pereira
[03/04 - 17:06] Emisoras apóiam projeto que permite a transmissão do programa entre as 19h e as 24h
O presidente da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP), se encontrou com representantes de emissoras de rádio nesta segunda, dia 03, em São Paulo, para discutir a flexibilização do horário de transmissão da Voz do Brasil. "O programa cumpriu um papel importante, de informar a população sobre fatos de interesse dos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, mas hoje os três poderes dispõe de outros meios, como canais de televisão, rádios e jornais", lembrou Rebelo, que participou de almoço oferecido pela Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão (Abert), com apoio da Associação das Emissoras Paulistas de Rádio e Televisão (Aesp).

Os radiodifusores esperam, desta vez, conseguir que seja aprovada uma nova regra, segundo a qual as emissoras teriam liberdade para transmitir a Voz do Brasil entre as 19h e 24h, e não mais obrigatoriamente às 19h. Atualmente, cerca de 50 rádios em todo o Brasil transmitem o programa em outros horários, amparadas por liminares judiciais. No Congresso Nacional tramitam nada menos que 62 projetos sobre esse tema. Eles foram anexados ao PL 595/ 2003, que trata exatamente da flexibilização do horário do programa, e cujo parecer do relator, deputado José Rocha (PFL-BA) é favorável à proposta.

O presidente da Abert, José Inácio Pizani, lembra que esta é uma demanda antiga dos radiodifusores. "Queremos corrigir essa decisão autoritária que nos tira a liberdade de transmitir o programa no melhor horário para cada emissora", afirma. A entidade estima que a obrigatoriedade da transmissão da Voz do Brasil entre 19h e 20h represente para o setor a perda de um potencial de faturamento de R$ 175 milhões/ano.

UOL lança em abril loja de música on-line

O portal e provedor de acesso à internet UOL lançará este mês (abril) uma loja de música on-line que terá um catálogo de 500 mil faixas, afirmou o diretor financeiro da companhia, Paulo Narcélio Amaral. O serviço, que está atualmente sendo testado pela empresa, oferecerá downloads de músicas a R$ 2,90 por faixa, informou o executivo durante reunião da companhia com investidores, ocorrida na última quarta-feira. O lançamento é um dos mais significativos desde que o UOL começou a ter ações negociadas na Bolsa de Valores de São Paulo, em dezembro do ano passado.

03 abril, 2006

TV digital: o que importa é o conteúdo

O debate sobre TV digital na mídia é tímido, pois tira o foco das principais questões envolvidas na implantação do sistema
GILBERTO GIL e ORLANDO SENNAO que importa para a sociedade brasileira é o que a televisão digital vai mostrar e para quem. Interessa saber se a nova tecnologia permitirá maiores opções de escolha de programas gratuitos, se a nossa diversidade cultural e a diversidade cultural do mundo estarão acessíveis em todos os lares e escolas e se toda a população -ou que percentual dela- terá acesso à nova maravilha da comunicação. Interessa saber a qualidade técnica da imagem e do som, mas, muito mais, o que estará dentro desse invólucro mágico.Os estudos de pesquisadores brasileiros no âmbito do Sistema Brasileiro de TV Digital (SBTVD) proporcionaram ao governo uma visão completa sobre as muitas questões envolvidas na transição da televisão analógica para a digital.Contudo, o debate atual na mídia tem enfocado apenas o padrão de modulação, responsável pela transmissão e recepção dos sinais, um dos aspectos-chave de qualquer sistema de televisão digital. Discute-se se o Brasil adotará o padrão norte-americano, o padrão japonês, o padrão europeu ou mesmo uma inovação inteiramente nacional, o Sorcer, desenvolvido na PUC-RS (Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul).É um debate tímido ao qual o governo não se restringe. Tímido porque retira o foco das principais questões envolvidas na implantação da TV digital: a estruturação de uma política industrial calcada na microeletrônica, a incorporação de tecnologia brasileira, a otimização do uso do espectro de radiofreqüências e a construção de uma política para a produção e a difusão de conteúdos audiovisuais nacionais.O espectro de radiofreqüências é um bem público escasso, cuja utilização deve resguardar o atendimento do interesse público.No mundo digital, não há mais sentido em falar em canais. Os mesmos 6 MHz que hoje dão vazão a uma programação de televisão no mundo analógico possibilitará, com técnicas de compressão, que oito programações digitalizadas cheguem à casa dos telespectadores, caso se opte pela transmissão em definição padrão. Ou possibilitará a coexistência de uma programação de alta definição e mais quatro programações em definição padrão.A passagem do paradigma dos canais para o paradigma das programações exige que se ponha na mesa uma análise sobre o modelo de exploração da televisão digital. É uma análise, uma discussão que independe da escolha do padrão de modulação a ser adotado.A otimização do uso do espectro abre espaço para que novas programações cheguem aos telespectadores. Emissoras de interesse público, hoje disponíveis apenas por assinatura, poderão chegar à casa de milhões e milhões de brasileiros. Assim como emissoras comunitárias, universitárias e, naturalmente, novas redes de emissoras públicas e comerciais.Abre-se, aqui, a discussão de uma nova política pública para o audiovisual brasileiro.O dinamismo da indústria audiovisual, com geração de mais e melhores empregos, depende da criação de novos instrumentos legais para o setor, que contemple preceitos constitucionais como o estímulo à programação regional e à veiculação da produção independente brasileira nas emissoras públicas e comerciais -preceitos amplamente adotados em vários países. A regulamentação desses preceitos constitucionais assegurará a potencialização da produção audiovisual brasileira e a expressão da diversidade cultural do país na televisão aberta, o meio de comunicação mais acessível aos brasileiros.A criação de novo marco regulatório para o audiovisual e para a comunicação social brasileira envolve aspectos políticos, econômicos e culturais que antecedem, perpassam e acompanham a implantação da TV digital. Trata-se de um debate público necessário, cujos resultados são fundamentais para a cultura e a democracia brasileiras e para a consolidação do país como grande produtor de conteúdos na era das convergências e da economia digital.
Gilberto Gil, 63, músico, é o ministro da Cultura.Orlando Senna, 65, cineasta e escritor, é o secretário do Audiovisual do Ministério da Cultura. É membro do Conselho Superior da Fundación del Nuevo Cine Latinoamericano e professor do Centro de Capacitación Cinematográfica do México.

02 abril, 2006

Abert discute de obrigatoriedade da 'Voz do Brasil'

[31/03 - 17:52] Encontro contará com presidentes da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo e da Abert, José Inácio Pizani
A Associação Brasileira das Emissoras de Rádio e Televisão - Abert realiza nesta segunda, dia 03, um debate sobre a flexibilização do horário de transmissão da 'Voz do Brasil'. O tema será discutido entre os presidentes da Câmara dos Deputados, Aldo Rebelo (PCdoB-SP); da Abert, José Inácio Pizani e radiodifusores. O encontro conta com apoio da Associação das Emissoras Paulistas de Rádio e Televisão (AESP). O evento será realizado no Hotel Renaissance, em São Paulo, a partir das 12h30.Hoje a obrigatoriedade da transmissão entre 19h e 20h representa para o setor a perda estimada de um potencial de faturamento de R$ 175 milhões por ano. Atualmente, cerca de 50 emissoras de rádio transmitem o programa em horários alternativos, amparados por medidas judiciais.